Numa
visão sociocrítica de escola e de educação que se reconhece enquanto ato social
e que se orienta para o aluno, na sua dimensão total deverá ter um papel ativo
na mudança positiva dessa sociedade, interessa não só o que ensinar, o como
fazer, mas também, e, sobretudo, o porquê e para quê ensinar e fazer.
A
atual reorganização curricular do ensino básico introduziu novos conceitos e
implicou novos instrumentos e uma reconfiguração de alguns procedimentos, que
leva a mudanças na maneira de ensinar.
O currículo é a base do ensino que se
pretende transmitir aos alunos. Na escola o currículo é como uma bússola, que
orienta e distribui por faixa etária, ou série, os conhecimentos a serem
abordados.
O processo educacional direcionado pelo currículo escolar
age diretamente no sentido de enquadrar e normalizar alunas e alunos numa
relação de pertencimento a esse modelo. Isso nos põe diante da necessidade e da
possibilidade de colocar em questão relações cotidianas aparentemente banais e
naturais, de modo que possamos compreender que, tanto a normalidade quanto a
diferença são efeitos de relações sociais e culturais nas quais se articulam
jogos de poder. Apesar de isso nos escapar em muitos momentos, somos, sem
exceção, participantes desse processo, mesmo que em diferentes níveis e em
situações particulares. (ANDRADE, 2006, p.100)
Assim um bom currículo não deve conter
apenas os conteúdos a serem trabalhados, mas procurar promover a
interdisciplinaridade e incluir ações que visem o desenvolvimento intelectual,
social e afetivo dos estudantes, para que torne a relação teoria e prática mais
eficiente e aumente a qualidade da educação oferecida.
ANDRADE,
Andreza Oliveira. Educação, currículo e conhecimento
histórico escolarizado: Notas sobre a construção das identidades de gênero.
SAECULUM. Revista de História[15]; João
Pessoa, jul./dez. 2006.
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